Realidade











Bem-vindos à selva da realidade.

O que é a realidade? (pergunta o professor de filosofia no colégio enquanto os alunos bocejam, rs)

A realidade é tão elementar que nem nos preocupamos em saber. Afinal, parece óbvia demais. Ela é basicamente o que sentimos (como a dor em nosso pé que se choca com uma pedra), o que vemos, o que tocamos. 

Mas se paramos para pensar bem, ela é muito maior que isso. Tem coisas que vemos e "não existem", como uma miragem, uma pintura de uma cidade fictícia, e tem coisas que não vemos e existem como o planeta Vênus, o desejo de vingança de alguém que convive conosco e não sabemos que nos tem por inimigos.


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Lições para pensar sobre a realidade.

As lições para reconhecer e reinventar a realidade como ela é apresentam uma linguagem que serve para pensar, sentir e viver na realidade que nos cerca. Nas lições o professor não dá sua opinião sobre como acredita que a realidade deve ser, mas se concentra em ensinar sobre as ferramentas que ajudam a percebê-la, reconhecê-la e reinventá-la.

A exceção a essa regra de não interferência são os fundamentos da teoria, que ao mesmo tempo em que descrevem a realidade como ela é, também são apresentados e vividos como princípios essenciais para que possamos pensar melhor e conviver bem. 


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Ignorância consciente - saber que não sabemos - versus ignorância inconsciente.

Hoje em dia acreditamos que temos o conhecimento do mundo na ponta de nossos dedos: basta digitar uma pesquisa e receber imediatamente fotos, textos, depoimentos, vídeos. Mas isso é parecido com alguém que responde a uma pergunta - sim, eu fui a escola! - dando a entender que estudou por anos, quando na verdade apenas levou seu irmão mais novo uma vez na aula.

A realidade como ela é, é monstruosamente enorme, estranhamente surpreendente, e muitas vezes ameaçadora. Cada um de nós, sozinho nesta realidade, sem nossos pais, famílias, grupo, sociedade, estaria morto em pouco tempo. 

Sim, chegamos até aqui - como civilização - de forma primitiva e selvagem, mas mudamos muito, e a própria natureza, que já consideramos a coisa mais real que existia, hoje é uma abstração para muitas pessoas que vivem apenas no ambiente urbano.

E se antes o desafio geral era sobreviver nessa realidade natural, hoje, para bilhões de pessoas, o maior desafio é viver na realidade social, complexa, supernatural, que criamos. Reconhecer como essa realidade é e pode ser, e reinventá-la consciente e competentemente, é fundamental para uma boa vida.

Porque essa sociedade é infinitamente mais complexa do que somos capazes de conhecer ou compreender, e porque não sabemos dela nem 0,000000000000001 (e pior, alguns nem sabem que não sabem), a regra na nossa vida é que não reinventamos nossa própria compreensão, mas as "compramos" prontas, vinda de outros, que têm outras experiências, valores e objetos de vida. 

E não há como fugir desse problema. A maioria das coisas que aprendemos vem da experiência indireta, aprendida por meio de outros, e transmitida de regra por meio das abstrações e da linguagem (não da experiência direta).

Nada de errado, até que essas ideias que temos comecem a nos fazer mal, e mal ao aos outros, porque não representam a nossa realidade como ela é para nós. Aqui surge um problema sério, que é morrermos abraçados em ideias incompletas (ou erradas, como muitos preferem), em vez de pensarmos melhor o mundo e encontrarmos espaço para todas as ideias, todas as experiências, todos os fatos.

E é isso que as lições para pensar reconhecer e reinventar a realidade propõem!


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Cada realidade é criada por realidades menores. Cada realidade é criadora de realidades maiores.

Quando falamos a realidade esquecemos que ela é uma realidade. uma realidade que é um todo em si mesma, mas formada por realidades menores, e formadora de realidades maiores do que ela. A realidade que forma uma realidade maior é um todo menor, e a realidade que é formada por realidades menores é um todo maior. 

Cada realidade pode ser dissecada em seus aspectos constitutivos, mas seus aspectos constitutivos não podem ser simplesmente "grudados" para se criar uma realidade, por menor e mais simples que ela seja, pois as realidades e os aspectos têm natureza distintas.


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Visão de astronauta: as cinco categorias da vida em aulas.

Para você ter uma visão abrangente do curso, todo o conteúdo das lições pode ser organizado em cinco grandes categorias da realidade:

- Prática

- Competências Vitais

- Aspectos da Realidade

- Princípios da Realidade

- Opostos Complementares


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É isso, companheiros de jornada: bem-vindos ao labirinto do real. 

PS. Eu ainda prefiro o labirinto ao deserto do real que Morpheus apresenta a Neo em Matrix.


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O que é real? O que é a verdade?


Espie por detrás da cortina, se tens coragem.

A platéia está ansiosa pelo espetáculo de teatro que não começa. As pessoas estão confortavelmente sentados em suas luxuosas poltronas. O ambiente desse clássico teatro é solene e a Crítica elevou a peça ao mais alto grau da qualidade artística jamais vista. 

Lá do fundo das cadeiras populares, uma espectadora levanta-se e protagoniza uma caminhada lenta, ora segura, ora hesitante, em direção ao palco. Os olhares, no geral, são de reprovação, afinal, por que alguém se levantaria numa hora dessa? A peça não é um "esperando Godot" que é encenada antes mesmo de abrir as cortinas.

Ela aproxima-se do palco, escala-o pela frente, ouvindo agora como explícitas reprimendas o que antes eram apenas murmúrios. Ela aproxima-se cuidadosa e delicadamente da cortina vermelha, pesada. Curiosa, inclina o corpo para a frente, pousa uma das mãos na ponta da cortina e a puxa vagarosamente. Apesar da baixa luz, ela vê, admirada, um vislumbre da realidade como ela é.

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O que é real para mim não precisa ser real para você, pois são ambas diferentes partes/aspectos de uma realidade maior.

O espetáculo de uma peça de teatro tradicional é uma das infinitas formas pela qual a realidade se apresenta a nós. Mas existem inúmeras camadas nesta realidade, e volta e meia, quando alguém fica curioso o suficiente para incomodar-se pessoalmente para espiar atrás da cortina, a questão do que é a realidade torna-se, de novo, atual. Assim foi e assim será.

Esses questionamentos, quando constantes e "profissionalizados" costumam ser integrados à filosofia, principalmente, mas também à religião, artes, psicologia e outros campos. Mas esse questionamento não é exclusividade de nenhum desses campos. Ele é, acima de tudo, humano. 

Assim, nosso questionamento da realidade (aqui temos um pouco mais) visa apoiar uma vida mais significativa, um entendimento melhor de si e dos outros, e melhores conexões, e uma convivência mais harmônica.

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Em teoria dissecamos a Realidade em múltiplos aspectos, na prática ela é indivisível.


No momento em que separamos algo da realidade, e o fazemos a todo o momento, e talvez seja impossível que não o façamos, deixamos de ter O Real e passamos a ter UM real componente do real.


Como não somos capazes de apreender O Real em toda a sua inteireza, embora o vivamos, estamos sempre a apreender alguns aspectos dele, e aqui, como diz Platão, tomamos a "sombra" pela verdade que a projeta.


Encontramos uma inteireza no Real, na Verdade, na Beleza, na Existência, que não encontramos em nenhum outro lugar. E é justamente quando procuramos a ciência, o conhecimento, dessa realidade inteira que a perdemos e entramos na dimensão dos fragmentos, dos aspectos da realidade, da dança infinita das  realidades menores que compõem realidades maiores e vice-versa.


Sim, a ciência dos aspectos da realidade, que estudamos aqui na Escola da Realidade é essencial a uma vida bem vivida. Mas o que aprendemos são sempre complementos a nossa experiência inteira, integral.


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Análise de algumas propostas filosóficas da realidade que tomam "uma parte" do real como se fosse o Verdadeiro Real:


Aperitivo da discussão da realidade feita na filosofia.


Abaixo temos alguns trechos selecionados (estão entre colchetes) do vocábulo 'Realidade' no Dicionário de Filosofia J. Ferrater Mora, acompanhados de comentários iniciais.

  

[a realidade é quantificável]. 


Essa perspectiva traz, em primeiro lugar, o aspecto concreto da realidade, que é normalmente o objeto de nossas mensurações. Mas em segundo lugar, não podemos esquecer, nossas mensurações vem da abstração e das medidas que nela criamos.

 

[realidade é o que é autêntico, verdadeiro, genuíno, natural, não virtual; não ilusório]


Mesmo o que é adulterado, falso, derivado, supernatural, virtual e ilusório, faz parte da realidade. Se não fizesse, a realidade seria uma parte incompleta de algo maior, e assim sucessivamente, até se chegar aquilo que a tudo contém, a realidade última. Assim, do ponto de vista da completude da realidade, ela não pode ser definida negativamente (realidade não é x) porque a própria ideia de não-x existe como negação e faz parte da realidade.


[realidade é atual e não apenas possível]


Uma realidade menor (que é o bloco básico de formação de realidades maiores) é realidade independentemente de sua situação, ou seja, seu estado pode ser atual ou não, pode ser apenas possível, pode ser muito ou pouco provável, ou tão só um estado estipulado. Mas independente da situação em que se encontra, ela não deixa de ser realidade.


[a realidade como ontológico, metafísico, a partir do qual se busca a 'essência' da realidade]


A questão metafísica não nos interessa. A vida real das pessoas reais, eu e você, nos interessa. Assim, toda a metafísica da realidade para nós está contida do fundamento da existência: A realidade é, as coisas são como são, e não há o que não haja. Sugerimos a leitura dessa página para completar a compreensão da realidade.


Os demais fundamentos também são essenciais para se entender a realidade como ela é. De regra, cada filosofia incorpora alguns aspectos, renega outros, e seleciona um ou outro como central e fundante da realidade. Muitos do movimento racionalista acreditam que a razão, as ideias, são mais reais que a realidade pessoal. Outros discordam, como Kant, que afirma que "o que concorda com as condições materiais da experiência (da sensação) é real". Kant todavia ainda acredita que o conhecimento do real está fora do real. 


[O real em Nicolai Hartmann: 1) o real como oposto ao aparente, 2) a realidade como atualidade:, 3) pode-se confundir realidade como percepção de algo, misturando-se maneira de ser com maneira de conhecer.]


Tanto o tangível quanto o intangível são aspectos do real. Tanto o atual quanto o não atual são modos/aspectos do real. Tanto a percepção de algo, como o algo, são aspectos do real.


No geral, a visão da realidade como permanente (que não aceita a sua variação), coerente (que não aceita as suas diferenças e autonomias), completa (que não aceita o desconhecido, o inesperado, as impossibilidades), absoluta (que não aceita as suas variadas referências e múltiplas relações entre seus componentes), perfeita (que não aceita a sua expansão, renovação, criação) etc. é uma visão idealizada (as ideias são parte, mas não a realidade toda), tenha uma Intenção Divina, como tem nas religiões, tenha uma Intenção Mundana (O Bem, A Ciência, A Razão, A Justiça, A Democracia etc) a ordenar o mundo e propor-se a revelar e explicar a realidade.

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O que não é real também é real.

Sumariamente, tudo existe, e não há o que não haja na realidade. Na pior da hipóteses existe como uma ideia e a negação que a ela se refere (não existe papai Noel, amor desinteressado, justiça, etc, não são reais).

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O fato de que isso é incompatível com aquilo não torna um deles irreal.

A realidade são tanto as ilusões, ambiguidades, incertezas (o jogo), quanto seus fundamentos, seus aspectos (o que é sério, verdade racional e cientificamente comprovável e mensurável), e também aquilo que é verdade apenas para uma única pessoa que seja (é sobre mim).

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O que é abstrato ou subjetivo é tão real quanto o que é concreto.

Mas a realidade é formada tanto pelo que é concreto, abstrato, pessoal e temporal. Tanto pelo que é passado quanto pelo que é presente ou é futuro. 

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O oposto do real é um outro real, todos eles são partes componentes de uma realidade maior.

A realidade é composta tanto do que é imanente quanto do que é transcendente, tanto do que é incluído quanto do que é excluído, tanto do tangível quanto do intangível, tanto das partes quanto do todo, tanto do amplo quanto do restrito, tanto da ordem como das desordens.

As realidades são sempre partes quando formam uma realidade maior, que em si, na imanência, é um todo, mas também é parte de outras realidades maiores. 

A verdade de cada parte, cada realidade menor (naquilo em que compõe uma realidade maior), é coerente em si, mas é incompleta. E a verdade de cada todo, cada realidade maior (naquilo em que é composta por outros realidades menores), é completa, mas muitas vezes incoerente. A realidade ora é coerente e incompleta, ora é completa e incoerente. Assim, somando-se todos seus estados possíveis, a realidade é completa e incompleta, coerente e incoerente.

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As realidades que se contradizem são reais, queira eu acreditar ou não.

As realidades, em constante tensão e choque entre si, podem ser abordadas de diversas maneiras. Quando as vemos de forma restrita, apenas uma parte, a abordamos como se aquela parte fosse a única que existisse. Quando duas pessoas com essa abordagem se encontram, a reação natural é negar a existência da outra, ou a validade de sua visão. 

Num terceiro momento, quando reconhecemos de boa vontade a existência das coisas que não gostamos ou concordamos, abre-se a possibilidade de usar nossa energia e inteligência para diversas formas de convivência entre as diferenças que não seja a busca da eliminação/deslegitimação daquilo que é diferente/contrário a nós. 

Por fim, a realidade é a possibilidade de ver cada uma de suas realidades formadoras como um universo pleno em si, e olhar para o encontro desses universos maravilhados e abertos para a máxima preservação de cada um em cada encontro com outro.

Assim, a realidade é composta: a) de cada uma das realidades que se pretende única (exemplo são os monoteísmos), b) das realidades que se pretendem as verdadeiras em face de outras que consideram falsas, c) das realidades que convivem, de um jeito ou de outro, com realidades que as negam, d) das realidades, dos multiversos, que são cada um em si, plenos, únicos, verdadeiros, valiosos e merecedores de preservação e expansão.

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Não importa o paradigma da realidade que eu adote, todos os paradigmas são reais.

O mundo visto pela técnica é real. O visto pelas ciências é real. Pelas religiões, é real. Pela economia, é real. Pela moral e pela guerra, é real. Pela política, é real. Pela filosofia, é real, Pela arte, é real. E por outros paradigmas de mundo mais populares, tais como o coletivismo, o individualismo etc., também é real.

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O contrário do real, seja da forma que for, também é real, mesmo que não seja atual.

O que simplesmente existe, independente da forma que toma, é real. E cada um dos estados, formas, situações, modos, aspectos que a existência se manifesta, são reais também. O estado atual de algo é real, mas os estados mais remotamente possíveis, talvez apenas imaginados, os estados prováveis, e mesmo os estados que estipulamos em consenso, são todos reais também.

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Uma observação feita é tão real quanto o fragmento observado, concordem elas ou não.

O que é observado é real, e a sua observação é real, embora essa varie conforme as condições de observação, o observador, a perspectiva. Assim, por mais diversas que sejam as representações que se fazem a partir das observações que se fazem a partir das realidades que se observam... são todas reais.

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As necessidades são reais, os problemas, a ação e os impactos que decorrem também.

Por fim, nossas necessidades são reais, assim como os problemas que nascem da sua insatisfação, e a ação que nasce dos problemas (buscando resolvê-los), e os impactos que nascem de todos esses aspectos.


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O jogo da realidade: uma alegoria




O domínio do jogo refere-se a tudo o que não se pretende perfeito, completo, correto, indubitável. 


O jogo da realidade não é um jogo comum, desses com começo, meio e fim, no qual definimos regras objetivas que o delimitam. Trata-se do jogo infinito, um super jogo que inclui e integra todos os outros jogos, desde a mais livre brincadeira (o jogo inocente) ao mais elaborado jogo com infindáveis regras contraditórias e especiais, como as do jogo político, jogos de guerra, o jogo da sedução, os jogos da linguagem (Wittgenstein) etc.


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As regras do jogo.


O jogo da realidade tem apenas cinco regras, que são os seus princípios:


  • Tudo existe;
  • Tudo muda;
  • Tudo tem autonomia;
  • Tudo está conectado;
  • Tudo são forças e contraforças;

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Não dá para não jogar.


O jogo da realidade é o que jogamos desde que nascemos, ao vivermos neste mundo, do primeiro ao último suspiro, ininterruptamente.


Mesmo assim, podemos treinar para ele, desenvolvendo nossas habilidades para viver melhor. Neste treino, que é o objetivo da Vida em Aulas, recuamos um passo atrás de nossas ideias prontas, hábitos e certezas, para entender melhor o jogo e se preparar ao máximo para jogá-lo, pois trata-se de um jogo dificílimo.


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Uma mesma ideia contada de formas diferentes.

Platão explicou o que percebemos como realidade por meio da alegoria da caverna, na qual estaríamos presos e vendo as sombras de um mundo real, distante, e de certa forma inatingível.

Buda revela a ilusão de Maya, que envolve a todos numa falsa percepção da realidade como ela é. Nessa ilusão de medos e desejos vivemos desconectados da realidade final, estamos no jogo das ilusões. 

Ou o jogo pode ser simplesmente casual como o rodar de uma roleta, como o caos atomista - filho do cientificismo - advoga: "... all we are is dust in the Wind …".

No filme Matrix, as irmãs Wachowisky tiveram a visão de uma humanidade que vive num mundo simulado nos cérebros de cada pessoa, como um programa de computador que faz essas ilusões parecerem reais, enquanto a pessoa dorme.

Ray Dalio, por exemplo, explica a realidade econômica com a alegoria do funcionamento de uma máquina

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Perder e ganhar no jogo da realidade.

No jogo da realidade, se você joga e perde, sua realidade fica menor, murcha.

Mas se você ganha, sua realidade amplia-se e enche-se de vida. 

E como se faz para ganhar o jogo da realidade? 

É só não perder. 

Você ganha quando se satisfazem as necessidades humanas e tal satisfação leva à autorrealização. E perde quando os problemas impedem essa satisfação.


Você perde quando não reconhece as coisas como são. Quando não reconhece que as coisas existem, você perde. 

Quando você não percebe que a realidade é concreta, ou nega que ela é abstrata, ou nega que ela é subjetiva, você perde. 

Você perde quando acredita que a realidade é só presente, ou nega a realidade futura, ou a realidade passada. 

Você perde quando não reconhece a autonomia ou quando não exerce a autonomia. 

Você perde quando ignora o aspecto da relatividade da realidade, ou aspecto absoluto da realidade. 

Você pede quando não aceita as mudanças do mundo, quando se opõe às mudanças do mundo, quando nega as transformações e não evolui. 

Você perde quando fica apegado à uma posição rígida, quando só sabe dizer que sim ou que não, e só vê  anjos ou demônios, certo ou errado, bom ou mau. 


Você perde quando erra na ponderação que faz da própria análise. Quanto santifica alguns aspectos da realidade e interrompe a medição do estado atual das coisas e as congela como estavam num certo momento.


Você perde quando não percebe que tudo, no mundo, está conectado (de alguma forma, dentre as muitas possíveis). 


Você perde quando nega a inclusão de aspectos novos que surgem em sua vida, e quando não aceita que o mundo como os outros vêem tem tanta legitimidade para existir como sua própria visão. Mesmo nas vezes em que as diferenças entre a visão "correta" e a "errada" são previsíveis, estáveis, mensuráveis e consensuais.



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Crédito da imagem: Steve Johnson: https://www.pexels.com/pt-br/foto/pintura-abstrata-multicolorida-1266808/

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Crédito da foto: Foto de KoolShooters no Pexels

Crédito da 2a imagem: Imagem de <a href="https://pixabay.com/pt/users/qimono-1962238/?utm_source=link-attribution&amp;utm_medium=referral&amp;utm_campaign=image&amp;utm_content=1804499">Arek Socha</a> por <a href="https://pixabay.com/pt//?utm_source=link-attribution&amp;utm_medium=referral&amp;utm_campaign=image&amp;utm_content=1804499">Pixabay</a>

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