Competencias Vitais

Nessa página você aprende sobre as seis competências vitais da vida em aulas e seus subtópicos:

Competências



 

Para "surfar" a realidade em vez de ser atropelado por ela são

precisas habilidades tais como conhecer como o mar é, perceber

a mudança nas ondas, reconhecer as relações (mar, vento, 

condição pessoal etc), entender a sua própria autonomia em 

vista da autonomia das ondas, dominar a percepção e a fluidez

de movimento com a dinâmica de forças presentes no mar.


Uma das ênfases que damos aqui é na aprendizagem deliberada que nos permita viver uma vida melhor. Não que não possamos fazer isso no cotidiano, esse aliás é o ideal. Mas quem acompanha futebol sabe... para um bom jogo é preciso treinar com disciplina e atenção.

E é disso que cuidamos aqui. 

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Os conceitos dos aspectos são abstratos. As competências são pessoais.

Os aspectos podem ser vistos, para além de sua natureza de conceitos abstratos, como competências pessoais que necessitamos ter se quisermos pensar, sentir e viver melhor. 

Assim, por exemplo, o fundamento da existência das coisas como são, se transforma na competência pessoal de cada um de nós reconhecer e aceitar as coisas como são (e principalmente as que queríamos que fossem diferentes). 

Pois reconhecer a realidade como ela é, e não viver na fantasia de um mundo que não existe agora, é o pré-requisito para sermos realistas e termos força e direção para construir mundos melhores.

Para desenvolver essas competências, vem a segunda parte desse domínio, que são as formações (deliberadas ou não) que constróem em nós essas habilidades que necessitamos para conviver melhor.

A primeira aplicação das competências é o aprendizado pelos estudantes do que há de mais importante na escola da realidade: os seus fundamentos.

Falar sobre os fundamentos, no domínio dos aspectos, quer dizer falar sobre eles conceitualmente, como as ideias de existência, fundamentos, aspectos, habilidades e, é sobre mim (autoconhecimento). 

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Competências para reconhecer e reinventar a realidade como ela é.

Mas além da apropriação dos aspectos como conceitos abstratos, existe o aprendizado das competências da razão generosa, pessoalmente desenvolvidas, apropriadas e vividas. As aptidões (como o reconhecer, permitir, vivenciar, reinventar etc.), somadas aos aspectos, formam as competências, ou seja:

HABILIDADE + TÓPICO = COMPETÊNCIA

Aqui nos interessam os fundamentos como habilidades que possamos aprender para vivermos melhor.

Assim, o reconhecimento da a) existência das coisas como são, b) o fluir da vida em sua variação, c) a aceitação da autonomia de todas as coisas, d) a compreensão das conexões de todas as coisas e e) a adaptação às forças e contraforças da vida, são as habilidades mais preciosas a serem desenvolvidas.

A fórmula que usamos para apresentar essas competências é baseada na dupla (passiva e ativa) das condutas de 'reconhecer' e 'reinventar'. Reconhecer, mais do que no sentido de apenas ver e saber o que está vendo, mas menos do que no sentido popular de aceitar como algo ao qual você se submete. Reinventar como ação ativa, que não parte do zero, porque reconhece o que já existia antes, mas nem por isso limita-se a criar um mundo novo, nem que seja para si próprio, nem que seja abstratamente.

Assim, as competências e os fundamentos nos levam a reconhecer e reinventar a) a existência das coisas como são, b) a variação dos estados nos quais as coisas se encontram, c) as conexões que ligam a todas as coisas entre si, d) a autonomia de todas as coisas (nem que seja por conseguirmos distingui-las das outras, e e) as forças e contraforças que constantemente reequilibram o papel, posição e direção de todas as coisas.

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As competências para a realidade e os pilares da educação.

Outra forma de pensar nas aptidões (que somadas aos aspectos formam as competências) é por referência aos pilares da educação da Unesco.

Tudo começa por aprender a aprender. Porque são todas coisas a aprender, e a jornada é tão longa que, se dependermos de um ambiente acadêmico e da motivação dada a nós pelos outros, nunca conseguiremos aprender tudo o que necessitamos.

E depois disso, vem o aprender a fazer. Porque aprender a teoria e não aprender a prática, não basta. E por isso para nós não basta aprender os aspectos em seu domínio abstrato, mas também é necessário aprende-los como habilidades pessoais que sejamos capazes de exercitar.

Já o terceiro pilar da educação, aprender a conviver, tem ainda mais haver com as habilidades dos fundamentos, porque, os fundamentos são muito mais relevantes para nos relacionarmos melhor com as pessoas do que para nos relacionar com as coisas e o mundo natural, onde as ciências já se desenvolveram muito e onde encontramos as maiores realizações da humanidade. Exemplo: fomos à Lua na década de 1960, e nunca na história da humanidade tínhamos ido antes. Mas o princípio de "amar ao próximo como a si mesmo" continua pelo menos tão novo, desafiante e estranho para nós como foi há 2000 anos.

O aprender a conviver, mesmo que cada nova geração tenha que aprender tudo de novo, tem muitos métodos próprios bem desenvolvidos, tais como, a título de exemplo, a justiça restaurativa, a constelação familiar, a comunicação não-violenta, e assim por diante.

Por fim, o aprender a ser. 

Somos mais nós mesmos quando estamos em harmonia com o universo, e estamos em harmonia quando reconhecemos o pequeno espaço que ocupamos nele e paramos de julgar como ele deveria ser e aceitamos ele como ele é.

E somos mais nós mesmos quando aceitamos as nossas próprias mudanças, e as mudanças das pessoas com que nos relacionamos e as variações do ambiente no qual vivemos.

E somos mais nós mesmos quando reconhecemos nossas ligações com os outros, e nossa vida ganha sentido por pertencer a realidades maiores do que nossa individualidade desgarrada da fonte da vida, seja ela religiosa ou não.

E somos mais nós mesmos quando reconhecemos e reinventamos a autonomia, a nossa própria principalmente, e a dos outros, e a das coisas, e a do mundo enfim.

E somos mais nós mesmos quando aceitamos que cada coisa tem a sua medida, o seu peso, e tem uma certa relação de força com as demais, e que essa relação é dinâmica e que o equilíbrio simétrico é uma situação fugaz.


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Crédito da foto Kampus Production: https://www.pexels.com/pt-br/foto/acao-atividade-movimento-praia-7659113/


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Ser

A competência de ser humano é a base sobre a qual a subjetividade existe. Na vida em aulas nos ocupamos dessa competência vital como ponto de partida e ponto de chegada da experiência humana.




Eu++

Eu, você, nós, eles somos todos diferentes formas de uma mesma competência, a de ser humano.




Relacionar-se

A competência de relacionar-se é vital porque somos seres sociáveis e desde a barriga de nossas mães dependemos dos outros, mesmo quando não o percebemos.




Criar

A competência de criar põe em prática a autonomia dos indivíduos, que não estão fadados a repetir o que já foi criado pelos outros. Porque cada um é responsável e capaz de saber melhor o que precisa e o que lhe realiza.





O que é?

A Criação, ou invenção é o domínio da ação criadora e destruidora. A dimensão onde a ação humana é mais livre de referências possível. A invenção é pessoal, inovadora (para o mundo, ou pelo menos para a própria pessoa) e diferente. 

A invenção pode ter diversas formas de manifestação. A criação às vezes é bem definida, como as coisas criadas e patenteadas; os novos produtos. Ou então, mais articuladas, instigantes e até divertidas, como os jogos. E enfim, o mais complexas, livres e profundamente signiticativas, como quando inventamos histórias sobre a Terra, a Civilização, e nós mesmos. 

A criação de histórias é parte das brincadeiras, essa fronteira final da criação de novos mundos, e ressignificação dos antigos, quanto é tão essencial a nossa humanidade.

O jogo é uma versão intermediária da invenção, nem tão estruturada como as invenções e criações autorais artísticas e industriais que trazemos ao mundo, nem tão livre quanto à brincadeira - que é mais livre em suas regras, objetivos, espaço e contexto de atuação, e assim por diante.


O domínio do invenção refere-se a tudo o que não se pretende perfeito, completo, correto, indubitável. 



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A invenção do mundo em que vivemos: uma mesma ideia contada de formas diferentes.

Platão explicou o que percebemos como realidade por meio da alegoria da caverna, na qual estaríamos presos e vendo as sombras de um mundo real, distante, e de certa forma inatingível.

Buda revela a ilusão de Maya, que envolve a todos numa falsa percepção da realidade como ela é. Nessa ilusão de medos e desejos vivemos desconectados da realidade final, estamos no jogo das ilusões. 

Ou o jogo pode ser simplesmente casual como o rodar de uma roleta, como o caos atomista - filho do cientificismo - advoga: "... all we are is dust in the Wind …".

No filme Matrix, as irmãs Wachowisky tiveram a visão de uma humanidade que vive num mundo simulado nos cérebros de cada pessoa, como um programa de computador que faz essas ilusões parecerem reais, enquanto a pessoa dorme.

Ray Dalio, por exemplo, explica a realidade econômica com a alegoria do funcionamento de uma máquina


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Carta Branca

Na vida em aulas os participantes recebem carta branca para reinventar sua compreensão do mundo. Com isso, entende melhor o mundo e vive melhor.


Primeiro modelo de carta branca do baralho da vida em aulas


Como seres humanos, a gente não percebe, mas de regra temos uma maturidade maior na compreensão da realidade concreta do que na realidade abstrata.

Se você olhar para a sua sala, por exemplo, irá perceber que a mesa tem espaços vazios em cima (para colocar os pratos e outros utensílios) e em baixo (para encaixarmos nossas pernas). O sofá tem um "espaço vazio" que é onde sentamos. E as estantes seriam inúteis se não tivessem muito espaço vazio para colocar os livros. E é no espaço vazio entre os móveis que podemos circular.

Já as teorias e práticas costumam ser construídas para serem completas e, salvo nas ciências e métodos terapêuticos, há pouco ou nenhum espaço em branco para as subjetividades das pessoas que aprendem e experimentam.

A Carta Branca, nome oriundo do baralho da vida em aulas, é o espaço na teoria e na prática, para os estudantes e pessoas em geral adicionarem suas próprias ideias e experiências, ou mesmo outras teorias que entendam importantes para as reflexões e conversas.

A carta branca demanda do estudante e das pessoas em geral que eles se reconheçam como autores e não apenas como espectadores das aulas e de suas próprias vidas. Como autores, precisam reconhecer ao mundo que os cerca, e aceitar a realidade como ela é, para a partir daí inventarem e reinventarem suas ideias, experiências e a própria vida.

A carta branca pode estar totalmente em branco, e aí o seu autor faz exatamente o que quiser com ela. Ou pode ser espaços variados para uma certa criação pelo seu autor. 

Os aspectos - e respectivas cartas no baralho didático - do É sobre mim (abme) e do É sobre nós (abus) resultam da combinação da carta branca com a realidade intrapessoal e com a realidade interpessoal. 

Com isso se criam aspectos (abme e abus) que são na verdade espaços em branco para que cada um de nós desenvolva autoconhecimento, autotransformação (é sobre mim) e reconheça e construa com outros, o que há de compartilhado, de próprio daquela relação, de singular naquele encontro (é sobre nós).

A carta em branco, totalmente em branco, se relaciona fortemente com o aspecto da invenção em sua máxima potência, pois ambas são as máximas expoentes da autonomia criativa de cada um de nós, por meio da qual somos capazes de "sair da Matrix" e passar a compreender melhor a realidade como ela é, assumindo as rédeas de nossa própria vida, com o poder e a responsabilidade que sempre estão implicados em estarmos vivos, mesmo quando não estamos conscientes deles.




Compreender

A competência de compreender inclui o conhecimento e o entendimento, mas vai além deles.




Fazer

A competência de fazer, quando se desenvolve no tempo, se realiza como um processo, um caminho.




Caminho

O caminho é composto de Agentes, Início do Caminho, Meios do Caminho, Fim do Caminho, A teoria do caminha, e a prática do caminho. 


Satisfazer Necessidades 

A satisfação das necessidades é composta de Observação, Necessidades, Interpretação e Impactos.



Necessidades

Os problemas fazem parte das necessidades.



Observação

A observação é composta de condições de observação, percepção, perspectivas e representação.

Condições de observação, as condições da observação são todas que interferem com ela e a influenciam, como por exemplo o ponto de observação (POV) de onde ela é feita e o tempo de observação (se observo o dia durante uma hora apenas vou pensar que ele é sempre claro, se observo um rochedo durante milhares de anos, percebo como ela vai se modificando, e assim por diante, 

Observador é o autor da observação, um ser humano que de posse de sua cultura, perspectiva, lugar de observação e outras condições, realiza uma percepção do mundo e a condensa em uma representação do que viu, entendeu e interpretou,

As Perspectivas são todos os ângulos possíveis pelos quais um aspecto pode ser observado e geram diferentes facetas de uma mesma realidade. Elas podem ser amplas, restritas, altas, baixas, internas, externas e contém também o efeito das "lentes" que usamos para observar a realidade.

Representação, é a observação aprendida, transformada, criada. Ela envolve a luz da nossa consciência, o suporte onde apoia-se essa luz (o mar do nosso inconsciente onde o barco da consciência navega), a película de nosso interesse (os temas e aspectos que abordamos), as lentes que usamos, a tela na qual projetamos a representação (interna, externa, mais ou menos distorcida, mais ou menos regular, e assim por diante). A representação também pode ser estática como uma foto ou dinâmica como um filme.



Ampliar e restringir


Ampliar e restringir é um dualidade de aspectos vinculado ao aspecto da inclusão/exclusão.


Ampliar e restringir, o que às vezes se alcança ao aproximar-se ou afastar-se do observado, é uma forma de inclusão geral, do espaço de observação e representação, e não apenas inclusão de um aspecto ou fragmento.


Ampliar (o zoom in) é fenômeno pelo qual nos aproximamos do observado e concentramos nosso foco em algo e o vemos com mais nitidez em seu centro, ao mesmo tempo em que perdemos parte da visão da periferia.


Restringir (o zoom out) é fenômeno pelo qual nos afastamos do observado e difundimos nossa percepção, perdendo a nitidez e definição no centro do foco e aumentando a periferia de nossa observação. 


Visto de perto (zoom in), tudo é grande, visto de longe (zoom out), tudo é pequeno.


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Interpretação

Reagir e criar são duas formas de ação que decorrem da interpretação.




Impactos

Fazem parte dos impactos: O Bem Próprio, o Bem Comum, a Avaliação, a Eficiência, a Eficácia e a Efetividade.




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